Em 25 de Outubro, de madrugada, os bolcheviques cercaram a capital (onde estavam sediados o Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado). À tarde, o Soviete de Petrogrado delegou o poder governamental ao Conselho dos Comissários do Povo, dominado pelos bolcheviques. Em 3 de Novembro, um esboço do Decreto sobre o Controle Operário foi publicado. Esse documento instituía a autogestão em todas as empresas com cinco ou mais empregados. Isto acelerou a tomada do controle de todas as esferas da economia por parte dos conselhos operários, e provocou um caos generalizado, ao mesmo tempo em que, acelerou ainda mais a fuga dos proprietários para o exterior. Durante os meses que se seguiram, o governo bolchevique procurou então submeter os vários conselhos operários ao controle estatal, por meio da criação de um Conselho Pan-Russo de Gestão Operária. Os anarquistas se opuseram a isto, mas foi voto vencido.
HISTÓRIA - CFB. Disponível em: <http://historiacfb.blogspot.com/2009/02/901-revolucao-russa.html>. Acesso em: 15 out. 2010.
Na manhã de 5 de Janeiro de 1918, uma imensa manifestação pacífica a favor da assembléia constituinte foi dissolvida à bala por tropas bolcheviques. A assembléia constituinte, que se reuniu pela primeira vez naquela tarde, foi dissolvida na madrugada do dia seguinte. Pouco a pouco, se tornou claro que os bolcheviques pretendiam criar uma ditadura para si, inclusive contra os partidos socialistas revolucionários.
Isto levou os outros partidos a atuarem na ilegalidade, sendo que alguns deles passariam à resistência armada ao governo durante a guerra civil.
A insurreição de outubro foi um golpe de estado, que só contou com a simpatia de uma pequena minoria da população (e, de fato, até com a oposição de muitos líderes bolcheviques). Mas a sublevação aconteceu em meio a uma revolta social, centrada na crença popular de que o poder do Soviete representaria a negação do Estado e o autogoverno direto das massas. O modelo inspirador seria algo parecido com o antigo ideal de ‘volia’ camponês. O vácuo político produzido por esta revolução social permitiu aos bolcheviques tomarem o poder nas cidades e consolidar sua ditadura ao longo do outono-inverno.
A bandeira vermelha tem múltiplos significados na história, entretanto, foi usada primeiramente como bandeira de desafio. A bandeira vermelha ganhou seu significado político moderno na Revolução Francesa de 1848. Após a Revolução Russa de 1917, o governo soviético adaptou a bandeira vermelha com a sobreposição de um martelo e uma foice como bandeira nacional. Desde então, vários estados socialistas e movimentos usam a bandeira vermelha.
Disponível em: <http://pandaxo1001kvk.spaces.live.com/blog/cns!E0B3CEB7FE021C6!198.entry>. Acesso em: 16 out. 2010.
A bandeira representa os trabalhadores industriais através do martelo, e os camponeses através da foice. Estes símbolos juntos representam o proletariado, termo utilizado para caracterizar a união dos trabalhadores das fábricas com os trabalhadores do campo, juntamente com uma estrela de cinco pontas representando tanto os cinco continentes habitados como os cinco componentes da sociedade comunista (os camponeses, os operários, o exército, os intelectuais e a juventude) aparecem em amarelo num fundo vermelho.
Camarada Lênin limpa a terra contra as malignas forças. Mikhail Cheremnykh, nov. 1920.
HISTÓRIA - CFB. Disponível em: <http://historiacfb.blogspot.com/2009/02/901-revolucao-russa.html>. Acesso em: 15 out. 2010.
A propaganda comunista foi destinada a promover a ideologia do comunismo, a weltanschauung (cosmovisão) comunista e os interesses do movimento comunista, como neste cartaz de 1920, onde Lênin é retratado como herói russo, limpando o país das forças malignas.
O Partido Bolchevique em 1918 altera sua denominação para Partido Comunista, em 1921 com o fim da guerra civil e a vitória do Exército Vermelho, consolida-se como ‘Todo Poder ao Partido Comunista’, e em 1922 é anunciado à fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.).
Lenin não articulou uma ditadura do proletariado para salvaguardar a revolução, ele fez a revolução para instituir uma ditadura. (FIGES, 1999).
“Rebeliões de Julho de 1918”
Em 6 de Julho de 1918, após o assassinato do embaixador alemão em Moscou, Conde Wilhelm von Mirbach, seguiram-se uma série de levantes e rebeliões por parte dos anarquistas russos contra o recém instaurado governo bolchevique e também o exército branco. Estes levantes tiveram maior projeção até o fim daquele mesmo mês, mas se estenderam até 30 de Dezembro de 1922.
Tais acontecimentos, por alguns agrupados em torno do conceito de Revolução de 1918, iniciaram-se durante o Quinto Congresso dos Sovietes de Toda Rússia, nos quais os discursos antibolcheviques dos anarquistas e dos socialistas-revolucionários não receberam apoio da maioria dos delegados. Derrotados no congresso, os anarquistas e os socialistas-revolucionários decidiram sabotar o Tratado de Brest-Litovsk arrastando a Rússia Soviética a uma guerra com a Alemanha assassinando o embaixador alemão em Moscou.
Com o fim da Revolução Burguesa, que vislumbrou de certa forma uma Rússia rumo a um regime político democrático, viu-se o surgimento do primeiro país marxista do mundo, uma ditadura socialista, que condenou a Rússia a viver sob uma ditadura socialista até 1991, escravizando e exterminando milhões de pessoas sistematicamente por décadas, até o derradeiro colapso do socialismo. Esta mesma ditadura socialista serviu de inspiração para o surgimento do Partido Nazista (Partido Nacional Socialista), no início do partido e da criação do "personagem" Hitler, Goebbels chegou a fazer propaganda via cartazes nas ruas, comparando Hitler à Lênin, porém, tempos depois Goebbels estrategicamente achou melhor desvincular a figura do futuro Führer com a figura de Lênin. E esta mesma ditadura socialista por fim, dividiu o mundo, originando a Guerra Fria.
Livro - Lenin, Stalin e Hitler, A Era da Catástrofe Social, Robert Gellately.
Este ambicioso livro conta a história da grande catástrofe social e política que engolfou a Europa entre 1914 e 1945. Num período de turbulência quase contínua, a sociedade foi transformada por duas guerras mundiais, pela Revolução Russa, pelo Holocausto e pela ascensão e queda do Terceiro Reich.
Os ditadores Lenin, Stalin e Hitler ocuparam posições centrais nessa catástrofe, e Gellately recorre a fontes alemãs e russas recém-abertas para explicar como suas buscas por ideais utópicos - e terrivelmente distorcidos - levaram somente a um pesadelo histórico.
Livro A Tragédia de um Povo, A Revolução Russa, 1891-1924, Orlando Figes.
A história da Rússia como é mostrada neste A TRAGÉDIA DE UM POVO vai muito além dos relatos convencionais. Em um trabalho vigoroso e fundamental, Orlando Figes conta, sob a ótica do povo russo, a história da mais importante revolução política dos tempos modernos, desde o prelúdio da decadência do czarismo no final da década de 1890 até Stalin assumir o poder em 1924. E esta história é dolorosa, repleta de esperanças, medos e desapontamentos. Para o historiador inglês, a revolução foi uma tragédia para os russos, tanto como povo quanto individualmente. Ele mostra que as maiores forças sociais - camponeses, operários, soldados e vassalos do império - não foram apenas vítimas dos bolcheviques, mas também atores em suas próprias tragédias revolucionárias. E isso também é mostrado de forma visual - o livro contém 48 páginas de fotografias pungentes, retratos das mazelas e do cotidiano dos trabalhadores da Rússia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.