Total de visualizações de página

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Referências Bibliográficas



A HISTÓRIA Soviética (The Soviet Story). Direção: Edvins Snore. Entrevistados: Norman Davies; George Watson; Boris Sokolov; Viktor Suvorov; Vladimir Bukovsky; membros do Parlamento Europeu; vítimas de terror soviético. Perry Street Advisors, 2008, DVD, 85 min., bônus 25 min.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. Cortez, 2004.

COTRIM, Gilberto. Saber e Fazer História - 8ª série. Saraiva, 2009.

COURTOIS, Stéphane; WERTH, Nicolas; PANNÉ, Jean-Louis; PACZKOWSKI, Andrzej; BARTOSEK, Karel; MARGOLIN, Jean-Louis. O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror e Repressão. Bertrand Brasil, 1999.

FIGES, Orlando. A Tragédia de um Povo, A Revolução Russa – 1891 – 1924. Record, 1999.

FREITAS, Marcos Cezar de. Historiografia Brasileira em Perspectiva. Contexto, Universidade São Francisco.

OLIVEIRA, Sérgio. O Massacre de Katyn. Revisão, 1989.

PETTA, Nicolina Luiza de; OJEDA, Eduardo Aparicio Baez; DELFINI, Luciano. História – Uma Abordagem Integrada - Ensino Médio. Moderna, 2005.

Revista Humanus. Terceiro Milênio, Edição Histórica, Anuário Cultural 2001 – ano II.

SOLJENÍTSIN, Alexandre. Arquipélago Gulag, 1918 – 1956. Círculo do Livro, 1973.

VICENTINO, Cláudio. História-9º ano. Scipione, 2010.

           

A Guerra Civil

            A guerra civil russa foi um conflito armado que eclodiu em abril de 1918 e terminou em 1921. Durante este período, exércitos e milícias de diversas correntes políticas se enfrentaram com o objetivo de implantar o seu próprio regime de governo.  As partes em conflito incluíram ex-generais Czaristas, Republicanos Liberais (os cadetes), o Exército Vermelho (bolcheviques), milícias anarquistas (o Exército Insurgente Makhnovista), tropas de ocupação estrangeiras e o campesinato russo revoltado com a política de confisco de grãos imposta por Lênin, a partir de 1919. 
Em várias regiões da Rússia, ex-generais czaristas levantaram suas tropas contra o governo Bolchevique, fundando o movimento Branco, que ficará conhecido como Exército Branco. Aproveitando-se do verdadeiro caos em que o país se encontrava, as nações aliadas resolveram intervir a favor dos Brancos. Tropas inglesas, francesas, americanas e japonesas desembarcaram tanto nas regiões ocidentais (Criméia e Georgial) como nas orientais (ocupação de Vladivostok e da Sibéria Oriental). Seus objetivos eram: derrubar o governo Bolchevique e evitar a "contaminação" da Europa Ocidental pelos ideais bolcheviques. 

Imagem: FIGES, Orlando. A Tragédia de um Povo, A Revolução Russa – 1891 – 1924. Adaptado. Record, 1999.

O governo bolchevique prontamente institui o Exército Vermelho, comandado por Leon Trotsky que se revelou um brilhante estrategista militar e disciplinador rígido.
No terreno econômico, instituiu-se o "comunismo de guerra". O dinheiro e as leis do mercado foram abolidos, sendo substituídos por uma economia baseada no confisco de cereais produzidos pelos camponeses. Naturalmente estas medidas criaram uma revolta no campo, levando-os a produzirem exclusivamente para o sustento de suas famílias e pior os camponeses foram proibidos de vender livremente seus excedentes e os bolchevistas, exigindo cotas de produção acima das possibilidades do campo, empobreceu-os radicalmente, gerando escassez de alimentos.
Segundo FIGES (1999) os bolcheviques instituíram o Terror Vermelho, já o Exército Branco e os cossacos instituíram o Terror Branco. O Terror Branco consistia em pogroms: invasão de localidades judaicas promovendo destruição, pilhagem, violência, estupros coletivos e extermínio de judeus. Estrelas vermelhas apareciam pintadas nas sinagogas, judeus eram levados como reféns e fuzilados, eram considerados apoiadores dos bolcheviques, pois os bolcheviques eram compostos por alguns importantes personagens revolucionários de ascendência judaica. Segundo FIGES (1999) ao tomar uma cidade dos Vermelhos, os oficiais Brancos tinham por hábito conceder as tropas dois ou três dias de licença para pilharem e matarem quantos judeus quiser.



Politicamente, os bolcheviques iniciaram a luta final contra outras facções da esquerda (mencheviques, anarquistas e social-revolucionários), terminando por se transformarem no único partido legalizado do país.
Na passagem dos anos de 1920 – 1921 todas as formações contra-revolucionárias haviam sido derrotadas e seus principais expoentes (Koltchak, Wagran, Denikin e Yudenich) exilaram-se no exterior. As forças expedicionárias aliadas foram obrigadas a retirar-se, tanto pela derrota dos Brancos, como pela pressão da opinião pública internacional. 
 
Os Vermelhos torturam um oficial inimigo, durante a guerra contra a Polônia, em 1920; o homem foi dependurado nu, de cabeça para baixo, espancado, cortado, empalado e torturado até a morte.
Imagem: FIGES, Orlando. A Tragédia de um Povo, A Revolução Russa – 1891 – 1924. Record, 1999.
          
           No início de 1921, encerrava-se a guerra civil, com a vitória do Exército Vermelho. O Partido Bolchevique, que desde 1918 havia alterado sua denominação para Partido Comunista, consolidava a sua posição de partido único no governo. Era a consolidação da ditadura Bolchevique, do ‘Todo Poder ao Partido Comunista’ e o surgimento da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.).
           Fica evidente no estudo da História Contemporânea um elo histórico entre: Marxismo, Leninismo, Stalinismo e Nazismo.
           “Criação da União Soviética”
           Terminada a guerra civil, a Rússia estava completamente arrasada, por volta de 1921 e 1922, 30 milhões de russos foram atingidos por uma crise de fome monstruosa, prontos a perecerem, segundo FIGES (1999, p. 952): “O maior de todos os males da época, responsável pelo extermínio de cinco milhões de vidas, foi a grande fome de 1921-1922”. Quando a Cruz Vermelha e a American Relief Administration (Administração de Auxílio Americana), trouxeram mantimentos, alimentando dez milhões de pessoas por dia, já era um pouco tarde: cinco milhões já tinham perecido pela fome. Se não fosse a ajuda internacional e, em particular, a ajuda norte-americana, com o apoio logístico do exército dos Estados Unidos, mais pessoas morreriam.      Pensando na sobrevivência da ditadura bolchevista, Lênin criou, em fevereiro de 1921, a Comissão Estatal de Planificação Econômica ou GOSPLAN, encarregada da coordenação geral da economia do país. Pouco tempo depois, em março de 1921, adaptou-se um conjunto de medidas conhecidas como Nova Política Econômica ou NEP.
           Entre as medidas tomadas pela NEP destacam-se: liberdade de comércio interno, liberdade de salário aos trabalhadores, autorização para o funcionamento de empresas particulares e permissão de entrada de capital estrangeiro para a reconstrução do país.
           O Estado russo continuou, no entanto, exercendo controle sobre setores considerados vitais para a economia: o comércio exterior, o sistema bancário e as grandes indústrias de base.
           Em dezembro de 1922, foi organizado um congresso geral de todos os Sovietes, onde foi decido pela fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). O governo da União, cujo órgão máximo era o Soviete Supremo (Legislativo), passou a ser integrado por representantes das diversas repúblicas. Competia ao Soviete Supremo eleger um comitê executivo (Presidium), dirigido por um presidente a quem se reservava a função de chefe de estado. Competiam ao governo da União as grandes tarefas relativas ao comércio exterior, política internacional, planificação da economia, defesa nacional, entre outros.
           Com a morte de Lênin em 1924, a ascensão de Stalin ao poder estava assegurada.

Revolução Russa (Golpe de Estado Bolchevique) ou Revolução Vermelha

             Em 25 de Outubro, de madrugada, os bolcheviques cercaram a capital (onde estavam sediados o Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado). À tarde, o Soviete de Petrogrado delegou o poder governamental ao Conselho dos Comissários do Povo, dominado pelos bolcheviques. Em 3 de Novembro, um esboço do Decreto sobre o Controle Operário foi publicado. Esse documento instituía a autogestão em todas as empresas com cinco ou mais empregados. Isto acelerou a tomada do controle de todas as esferas da economia por parte dos conselhos operários, e provocou um caos generalizado, ao mesmo tempo em que, acelerou ainda mais a fuga dos proprietários para o exterior. Durante os meses que se seguiram, o governo bolchevique procurou então submeter os vários conselhos operários ao controle estatal, por meio da criação de um Conselho Pan-Russo de Gestão Operária. Os anarquistas se opuseram a isto, mas foi voto vencido.   

HISTÓRIA - CFB. Disponível em: <http://historiacfb.blogspot.com/2009/02/901-revolucao-russa.html>. Acesso em: 15 out. 2010.

            Na manhã de 5 de Janeiro de 1918, uma imensa manifestação pacífica a favor da assembléia constituinte foi dissolvida à bala por tropas bolcheviques. A assembléia constituinte, que se reuniu pela primeira vez naquela tarde, foi dissolvida na madrugada do dia seguinte. Pouco a pouco, se tornou claro que os bolcheviques pretendiam criar uma ditadura para si, inclusive contra os partidos socialistas revolucionários.
            Isto levou os outros partidos a atuarem na ilegalidade, sendo que alguns deles passariam à resistência armada ao governo durante a guerra civil. 
          A insurreição de outubro foi um golpe de estado, que só contou com a simpatia de uma pequena minoria da população (e, de fato, até com a oposição de muitos líderes bolcheviques). Mas a sublevação aconteceu em meio a uma revolta social, centrada na crença popular de que o poder do Soviete representaria a negação do Estado e o autogoverno direto das massas. O modelo inspirador seria algo parecido com o antigo ideal de ‘volia’ camponês. O vácuo político produzido por esta revolução social permitiu aos bolcheviques tomarem o poder nas cidades e consolidar sua ditadura ao longo do outono-inverno.
           A bandeira vermelha tem múltiplos significados na história, entretanto, foi usada primeiramente como bandeira de desafio. A bandeira vermelha ganhou seu significado político moderno na Revolução Francesa de 1848. Após a Revolução Russa de 1917, o governo soviético adaptou a bandeira vermelha com a sobreposição de um martelo e uma foice como bandeira nacional. Desde então, vários estados socialistas e movimentos usam a bandeira vermelha.
Disponível em: <http://pandaxo1001kvk.spaces.live.com/blog/cns!E0B3CEB7FE021C6!198.entry>. Acesso em: 16 out. 2010.

            A bandeira representa os trabalhadores industriais através do martelo, e os camponeses através da foice. Estes símbolos juntos representam o proletariado, termo utilizado para caracterizar a união dos trabalhadores das fábricas com os trabalhadores do campo, juntamente com uma estrela de cinco pontas representando tanto os cinco continentes habitados como os cinco componentes da sociedade comunista (os camponeses, os operários, o exército, os intelectuais e a juventude) aparecem em amarelo num fundo vermelho.   
                     
Camarada Lênin limpa a terra contra as malignas forças. Mikhail Cheremnykh, nov. 1920.

 HISTÓRIA - CFB. Disponível em: <http://historiacfb.blogspot.com/2009/02/901-revolucao-russa.html>. Acesso em: 15 out. 2010.

           A propaganda comunista foi destinada a promover a ideologia do comunismo, a weltanschauung (cosmovisão) comunista e os interesses do movimento comunista, como neste cartaz de 1920, onde Lênin é retratado como herói russo, limpando o país das forças malignas.
           O Partido Bolchevique em 1918 altera sua denominação para Partido Comunista, em 1921 com o fim da guerra civil e a vitória do Exército Vermelho, consolida-se como ‘Todo Poder ao Partido Comunista’, e em 1922 é anunciado à fundação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (U.R.S.S.). 
           Lenin não articulou uma ditadura do proletariado para salvaguardar a revolução, ele fez a revolução para instituir uma ditadura. (FIGES, 1999).

           “Rebeliões de Julho de 1918”
           Em 6 de Julho de 1918, após o assassinato do embaixador alemão em Moscou, Conde Wilhelm von Mirbach, seguiram-se uma série de levantes e rebeliões por parte dos anarquistas russos contra o recém instaurado governo bolchevique e também o exército branco. Estes levantes tiveram maior projeção até o fim daquele mesmo mês, mas se estenderam até 30 de Dezembro de 1922.
           Tais acontecimentos, por alguns agrupados em torno do conceito de Revolução de 1918, iniciaram-se durante o Quinto Congresso dos Sovietes de Toda Rússia, nos quais os discursos antibolcheviques dos anarquistas e dos socialistas-revolucionários não receberam apoio da maioria dos delegados. Derrotados no congresso, os anarquistas e os socialistas-revolucionários decidiram sabotar o Tratado de Brest-Litovsk arrastando a Rússia Soviética a uma guerra com a Alemanha assassinando o embaixador alemão em Moscou.
            
          Com o fim da Revolução Burguesa, que vislumbrou de certa forma uma Rússia rumo a um regime político democrático, viu-se o surgimento do primeiro país marxista do mundo, uma ditadura socialista, que condenou a Rússia a viver sob uma ditadura socialista até 1991, escravizando e exterminando milhões de pessoas sistematicamente por décadas, até o derradeiro colapso do socialismo. Esta mesma ditadura socialista  serviu de inspiração para o surgimento do Partido Nazista (Partido Nacional Socialista), no início do partido e da criação do "personagem" Hitler, Goebbels chegou a fazer propaganda via cartazes nas ruas, comparando Hitler à Lênin, porém, tempos depois Goebbels estrategicamente achou melhor desvincular a figura do futuro  Führer com a figura de Lênin. E esta mesma ditadura socialista por fim, dividiu o mundo, originando a Guerra Fria.



 
Livro - Lenin, Stalin e Hitler, A Era da Catástrofe Social, Robert Gellately.
Este ambicioso livro conta a história da grande catástrofe social e política que engolfou a Europa entre 1914 e 1945. Num período de turbulência quase contínua, a sociedade foi transformada por duas guerras mundiais, pela Revolução Russa, pelo Holocausto e pela ascensão e queda do Terceiro Reich.
Os ditadores Lenin, Stalin e Hitler ocuparam posições centrais nessa catástrofe, e Gellately recorre a fontes alemãs e russas recém-abertas para explicar como suas buscas por ideais utópicos - e terrivelmente distorcidos - levaram somente a um pesadelo histórico. 


Livro A Tragédia de um Povo, A Revolução Russa, 1891-1924, Orlando Figes.
A história da Rússia como é mostrada neste A TRAGÉDIA DE UM POVO vai muito além dos relatos convencionais. Em um trabalho vigoroso e fundamental, Orlando Figes conta, sob a ótica do povo russo, a história da mais importante revolução política dos tempos modernos, desde o prelúdio da decadência do czarismo no final da década de 1890 até Stalin assumir o poder em 1924. E esta história é dolorosa, repleta de esperanças, medos e desapontamentos. Para o historiador inglês, a revolução foi uma tragédia para os russos, tanto como povo quanto individualmente. Ele mostra que as maiores forças sociais - camponeses, operários, soldados e vassalos do império - não foram apenas vítimas dos bolcheviques, mas também atores em suas próprias tragédias revolucionárias. E isso também é mostrado de forma visual - o livro contém 48 páginas de fotografias pungentes, retratos das mazelas e do cotidiano dos trabalhadores da Rússia.

Revolução Burguesa ou Revolução Branca

           Em 23 de Fevereiro (Calendário Juliano), (8 de Março, Calendário Gregoriano), uma série de reuniões e passeatas aconteceram em Petrogrado, por ocasião do Dia Internacional das Mulheres. Nos dias que se seguiram, a agitação continuou a aumentar, recebendo a adesão das tropas encarregadas de manter a ordem pública, que se recusavam a atacar os manifestantes. No dia 27 de Fevereiro (Calendário Juliano), uma multidão de soldados e trabalhadores com trapos vermelhos em suas roupas invadiu o Palácio Tauride, onde a Duma se reunia. Durante a tarde, formaram-se dois comitês provisórios em salões diferentes do palácio. O primeiro formado por deputados moderados da Duma, se tornaria o Governo Provisório. O outro era o Soviete de Petrogrado, formado por trabalhadores, soldados e militantes socialistas de várias correntes.
            Temendo uma repetição do Domingo Sangrento, o Grão-Duque Mikhail ordenou que as tropas leais baseadas no Palácio de Inverno não se opusessem à insurreição e se retirassem. Em 2 de Março, cercado por amotinados, Nicolau II assinou sua abdicação. Após a derrubada do czar, instalou-se o Governo Provisório, comandado pelo príncipe Georgy Lvov, um latifundiário, e tendo Aleksandr Kerenski como ministro da guerra. Era um governo de caráter liberal burguês, interessado em manter a participação russa na Primeira Guerra Mundial. Enquanto isso, o Soviete de Petrogrado reivindicava para si a legitimidade para governar. Em 1º de Março, o Soviete ordenava ao exército que lhe obedecesse, em vez de obedecer ao Governo Provisório. 
            O Soviete queria dar terra aos camponeses, um exército com disciplina militar voluntária e oficiais eleitos democraticamente, e o fim da primeira guerra mundial, que contabilizava cerca de 10 milhões de mortos e 20 milhões de mutilados. No campo, a luta toma caráter expropriador, mas também adquire aspectos de violência extremada. Os camponeses, sendo os primeiros a sentirem com mais peso a situação, agiam de maneira enérgica a resolver por si a questão. Praticavam a tomada de terras, expulsando seus proprietários, por vezes, se tomava o caráter de uma desenfreada revolta com assassinatos ao esmo e destruição de propriedades que poderiam ser utilizadas.
          A esquerda é representada na Duma pelo socialista moderado Kerenski. Como os líderes bolcheviques estão presos ou exilados, os operários não estão presentes no governo. Em conseqüência disso, o poder ficou com o Soviete de Petrogrado, que tinha como lema: Pão, Terra e Paz.

Imagem: FIGES, Orlando. A Tragédia de um Povo, A Revolução Russa – 1891 – 1924. Adaptado. Record, 1999.
          
             O Governo Provisório não consegue debelar a crise interna e ainda insiste na continuação da guerra contra a Alemanha, em 4 de Maio, um novo governo de coalizão é formado, agora por mencheviques e socialistas-revolucionários, com Kerenski à frente do Ministério da Guerra. 
          O Partido Socialista Revolucionário (SR) com o Governo Provisório irá rachar em uma ala de esquerda outra de direita. O SR-direita tomará parte, junto com os mencheviques, no governo de coalizão. Por sua vez, o SR-esquerda estará junto à bolcheviques e anarquistas na oposição revolucionária ao governo. 
            A crise social e as derrotas na guerra contra a Alemanha provocam diversas sublevações, como as Jornadas de Julho, que tiveram a participação dos marinheiros de Kronstadt, as insubordinações são controladas, porém é grande a pressão da população, é justamente depois desses ocorridos, que Kerensky surge como principal dirigente do Governo Provisório e os socialistas reformistas chegam a obter maioria. 
         Populares, cidadãos de várias camadas sociais e até cossacos, soldados recrutados entre as populações nômades ou semi-sedentárias e que fazem parte de regimentos especiais da cavalaria russa, passam para o lado dos revolucionários e a esquerda ganha força entre os trabalhadores.
             Nessa conjuntura, a derrubada do Governo Provisório já estava certamente desenhada, Lênin com ajuda da Alemanha, é enviado secretamente de trem, entra clandestinamente na Rússia, teremos então a concentração para a organização de uma insurreição armada que tem seu ponto culminante no dia 25 de Outubro de 1917.
           Nessa ação tivemos a constituição de um Comitê Militar Revolucionário sob a liderança de Trotsky formado por quarenta e oito bolcheviques, quatro anarquistas e quatorze socialistas revolucionários de esquerda, sendo responsável pela ação que toma o Palácio de Inverno em Petrogrado, quartel de Kerensky e seus ministros, Kerenski fugiu da Rússia, os bolcheviques, largamente majoritários no Congresso Panrusso dos Sovietes, tomam o poder em 7 de Novembro de 1917. É criado um Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lênin. Trotsky assume o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Stalin o das Nacionalidades (Interior). 
        Com o fim da Revolução Burguesa, que vislumbrava uma Rússia rumo a um regime político democrático, viu-se o surgimento do primeiro país marxista do mundo, uma ditadura socialista, que condenou a Rússia a viver sob uma ditadura socialista até 1991, escravizando e exterminando milhões de pessoas sistematicamente por décadas, até o derradeiro colapso do socialismo. Esta mesma ditadura socialista  serviu de inspiração para o surgimento do Partido Nazista (Partido Nacional Socialista), no início do partido e da criação do "personagem" Hitler, Goebbels chegou a fazer propaganda via cartazes nas ruas, comparando Hitler à Lênin, porém, tempos depois Goebbels estrategicamente achou melhor desvincular a figura do futuro  Führer com a figura de Lênin. E esta mesma ditadura socialista por fim, dividiu o mundo, originando a Guerra Fria.
     

A Rússia Czarista e o Domingo Sangrento

          Quando se iniciou a Primeira Guerra Mundial, a Rússia era um vastíssimo império. Este território gigantesco, com 22 milhões de km2 e 174 milhões de habitantes, estendia-se da Europa até ao oceano Pacífico. Era governado pelo czar, um governo autocrático, ou seja, um imperador que continuava a dispor, nos começos do século XX, de um poder equivalente ao dos monarcas absolutistas do Antigo Regime europeu, czar Nicolau II foi o último dos czares russos. Embora economicamente fosse a quinta potência mundial, a sua industrialização era frágil, dependia de capitais e técnicas estrangeiras. Existiam apenas cerca de 3 milhões de operários (menos de 2% da população), concentrados em algumas grandes cidades, como Moscovo e S. Petersburgo (a capital), a maioria da população era constituída por camponeses (cerca de 75%).
           Até meados do século XIX mantivera-se na Rússia o regime servil que tinha vigorado na Europa ocidental durante a Idade Média: a maior parte dos camponeses russos (os mujiques) eram servos dependentes dos grandes proprietários de terra, aristocratas (os boiardos). Só em 1861 foi abolida a servidão, mas a condição do campesinato russo continuou miserável. Muitos camponeses emigravam para as cidades, indo engrossar as fileiras dos operários ou dos desempregados.
           O mundo operário estava sujeito a condições de trabalho e de vida igualmente difíceis, o que conduzia a reivindicações e greves frequentes. Esta situação social era extremamente favorável à difusão das ideias socialistas, aliás, não foi apenas entre o operariado que as ideias socialistas tiveram grande aceitação. Uma parte da pequena burguesia, constituída por funcionários e elementos das profissões liberais, também aderiu às propostas marxistas. Todavia, a maior parte dos setores burgueses defendia a implantação de um regime liberal parlamentar. 
Imagem: FIGES, Orlando. A Tragédia de um Povo, A Revolução Russa – 1891 – 1924. Adaptado. Record, 1999.
           A Primeira Guerra Mundial veio agravar as dificuldades econômicas e as tensões sociais na Rússia czarista. A Rússia fazia parte da Tríplice Entente e teve de suportar uma guerra desgastante contra a Alemanha, na frente oriental. As derrotas militares, as enormes baixas sofridas, a fome e as deserções de tropas (cerca de um milhão de desertores em 1917) contribuíram para criar na Rússia condições extremamente favoráveis para ao Golpe de Estado Bolchevique.
           Quando a revolução rebentou em Fevereiro de 1917, o czar Nicolau II estava em São Petersburgo, onde tinha fundado um hospital. Assim que Nicolau II abdicou do trono, ele também abandonou o exercito e tinha intenções de fugir para a Inglaterra onde estavam a sua esposa e filhas, mas o rei Jorge V tinha proibido a entrada de qualquer Grão-Duque russo no país.
           Nicolau II recebeu autorização do Governo Provisório para ir viver na Finlândia onde permaneceu escondido até Março de 1918. Com o objetivo de visitar suas filhas, solicitou um passaporte novo ao governo, os bolcheviques localizaram-no e levaram-no para Petrogrado onde, a princípio, recebeu apenas ordens para não abandonar a cidade, posteriormente foi enviado para o exílio em Vologda, por fim terminou preso formalmente em Petrogrado e executado.
           Em 28 de Janeiro de 1919, quatro membros da família imperial, feitos prisioneiros meses antes na prisão de São Petersburgo são acordados nas primeiras horas da manhã e informados de que têm de arrumar os seus pertences porque vão ser transferidos. Cumprem as ordens e são atirados num caminhão com outros prisioneiros que os leva até à Fortaleza de Pedro e Paulo. Antes de chegar ao local escolhido, são obrigados a deixar a bagagem para trás e recebem ordens para tirar os casacos e camisolas apesar das temperaturas negativas.  Todos são mortos a tiro e enterrados numa vala comum junto de todos os outros homens executados nesse dia. As quatro últimas vítimas eram: Grão-Duque Paulo Alexandrovich, Grão-Duque Dmitri Constantinovich, Grão-Duque Nicolau Mikahilovich e Grão-Duque Jorge Mikhailovich.
           "Revolução de 1905 ou Domingo Sangrento"
           No desenrolar de 1905 um movimento espontâneo contra o czarismo, espalha-se pelo império russo, aparentemente sem liderança, direção, controle ou objetivos muito precisos.
           No domingo do dia 22 de Janeiro de 1905 foi organizada uma manifestação pacífica e em marcha lenta, liderada pelo padre católico ortodoxo e membro da Okhrana, Gregori Gapone, com destino ao Palácio de Inverno do czar Nicolau II, em São Petersburgo. O objetivo era entregar uma petição, assinada por aproximadamente 135 mil trabalhadores, reivindicando direitos ao povo, como reforma agrária, fim da censura e a presença de representantes do povo no governo. Segundo alguns historiadores, durante a caminhada, eram cantadas músicas religiosas, e a canção nacional “Deus Salve o Czar”.
           Sergei Alexandrovitch, grão-duque, ordenou à guarda do czar que não permitisse que povo se aproximasse do palácio e que dispersasse a manifestação, entretanto a massa não recuou. A guarda, então, disparou contra a multidão. 
           A manifestação rapidamente se dispersou, deixando centenas de mortos, a população indignou-se com a atitude do czar, que, até então, era bem visto por seus súditos. O episódio ficou conhecido como Domingo Sangrento e foi o estopim para o início do movimento revolucionário. 
           O czarismo, sentindo-se ameaçado, procurou dar ao regime uma aparência democrática, criando um parlamento (a Duma). 
Imagem: FIGES, Orlando. A Tragédia de um Povo, A Revolução Russa – 1891 – 1924.  Adaptado. Record, 1999.
          
           De qualquer maneira o movimento de 1905, o Domingo Sangrento e outros fatores somaram-se crescendo o descontentamento da população para com o regime czarista. Sempre lembrando que uma parcela considerável da população apoiava o regime czarista, principalmente pelo vínculo religioso, no caso a Igreja Católica Ortodoxa Russa, sempre existiu uma grande tradição religiosa na Rússia, uma ligação entre a Igreja Católica Ortodoxa Russa e o Regime Czarista.
            Outro ponto importante a lembrar é que muitos camponeses  e boa parte da população urbana não apoiaram a Revolução de Outubro, o Golpe de Estado Bolchevique, muitos nem sabiam o que ocorria, por fim, tivemos muitos camponeses lutando contra os bolcheviques na Guerra Civil.

POSDR - Partido Operário Social-Democrata Russo

           
           Fundado em 1898, o POSDR foi um partido revolucionário de orientação marxista, que conseguiu integrar aos seus quadros vários líderes operários pertencentes a associações e clubes de trabalhadores urbanos. A criação do POSDR está associada à significativa expansão da industrialização e das ondas de agitações operárias que atingiram a Rússia czarista no final do século XIX. Líderes do POSDR esforçaram-se para convencer as demais correntes políticas revolucionárias atuantes na Rússia (social-democratas, populistas e marxistas, entre outras) de que o capitalismo industrial tinha atingido a fase que predispunha a classe operária a desempenhar o papel que lhe fora atribuído pela teoria marxista, de agentes revolucionários, cujo objetivo era a construção de uma nova ordem social: o socialismo. Porém, divergências quanto à forma de ação levaram os membros do partido POSDR a se dividir em dois grupos básicos:
            “Mencheviques”:
           Liderados por Martov, defendiam que os trabalhadores podiam conquistar o poder participando normalmente das atividades políticas, acreditavam que era preciso esperar o pleno desenvolvimento capitalista da Rússia e o desabrochar das suas contradições, para se dar início efetivo à ação revolucionária. Como esses membros tiveram menos votos em relação ao outro grupo, ficaram conhecidos como mencheviques, que significa minoria.
          
           “Bolcheviques”:
           Liderados por Lênin, defendiam que os trabalhadores somente chegariam ao poder pela luta revolucionária, pregavam a formação de uma ditadura do proletariado, na qual também estivesse representada a classe camponesa.
           Como esse grupo obteve mais adeptos, ficou conhecido como bolchevique, que significa maioria. Trotsky, que inicialmente não se filiou a nenhuma das facções, aderiu aos bolcheviques mais tarde, em 1917.

Lev Davidovich Bronstein

          “Lev Davidovich Bronstein” (1879 – 1940) considerado por muitos historiadores como uma das figuras revolucionárias mais importantes do século XX, suas ideias serão responsáveis pelo surgimento de uma corrente política denominada “trotskysmo”.
           No desenrolar de sua vida assumiria o nome de guerra de Leon Trotsky, foi preso pela primeira vez aos 18 anos, por seu envolvimento com grupos revolucionários. Passou dois anos em diversas cadeias czaristas. Em 1900 casou-se com Alexandra Lvovna Sokolovska e foi deportado para a Sibéria. Dois anos depois fugiu e viajou para Londres, onde entrou em contato com Lênin e outros exilados russos.
           No mesmo ano conheceu Natalya Sedova, que se tornou sua companheira. Em 1905 retorna a Rússia por ocasião de levante de operários de São Petersburgo e é preso novamente.

Foto de 1906, Trotsky preso na fortaleza de Pedro e Paulo.
Imagem: FIGES, Orlando. A Tragédia de um Povo, A Revolução Russa – 1891 – 1924. p. 481. Adaptado. Record, 1999.

          Passou por diversos países, chegando finalmente aos Estados Unidos. Ali recebeu a notícia da Revolução de Fevereiro de 1917, a Revolução Liberal Burguesa ou Revolução Branca, que depôs o czar e instalou um governo provisório na Rússia, voltou a seu país, mas antes ficou detido por algum tempo no Canadá. Quando chegou a Rússia, assumiu um papel ativo na organização de trabalhadores e soldados, junto com Lênin teve participação direta na Revolução Russa.
           De 1918 a 1921, Trotsky exerceu o cargo de Comissário do Povo para a Guerra, numa Rússia em guerra civil e esfomeada, ao contrário do que gostam de admitir seus admiradores, Trotsky foi um militar disciplinador, que não hesitava em usar a violência contra inimigos ou supostos adversários. 
          “Trotsky sonhava com toda a população russa mobilizada em regimentos de trabalho, os quais funcionariam como integrantes de milícias ou tropas permanentes” (FIGES, 1999, p. 891). A militarização se deu primeiro na indústria pesada, fábricas consideradas estratégicas pelo regime bolchevique, foram postas sob lei marcial, com disciplina militar nos pátios de produção.
          Os trabalhadores recebiam a mesma ração distribuída ao Exército Vermelho e funcionários faltosos eram fuzilados, posto serem ‘desertores da frente industrial’. “No fim do ano, três mil unidades, principalmente as de munição e de mineração, já haviam sido militarizadas. Enquanto os soldados faziam-se de proletários, estes agiam como soldados”(FIGES, 1999, p. 890).
           O Exército Vermelho era comandado por Leon Trotski que se revelou um brilhante estrategista militar, disciplinador rígido e líder das tropas. Na passagem dos anos vinte para vinte e um, todas as formações contra-revolucionárias haviam sido derrotadas e seus principais expoentes (Koltchak, Wagran, Denikin e Yudenich) exilaram-se no exterior. As forças expedicionárias aliadas foram obrigadas a retirar-se, tanto pela derrota dos Brancos, como pela pressão da opinião pública internacional. 
           Trotsky propugnava a expansão da revolução por outros países, enquanto Stálin formulava a doutrina do socialismo em um país único. Com a morte de Lênin, em 21 de janeiro de 1924, começou a corrida pela sucessão. No Comitê Central do Partido Bolchevique, iniciou-se o processo de calúnia e difamação de Trotsky promovido por Stalin e seus principais aliados de ocasião, Kamenev e Zinoviev. Em 1925 Trotsky foi proibido de falar em público e em 1929 foi banido da União Soviética. Ficou no exílio na Turquia até 1933, na França até 1935, e depois na Noruega até 1937.
           Finalmente, foi para o México, no dia 9 de janeiro de 1937. Nunca deixou de lado o ativismo político, propondo políticas revolucionárias que se opunham às desenvolvidas pelos partidos comunistas que gravitavam em torno da União Soviética em todo o mundo.
           Em 1938, escreveu o panfleto "Programa de Transição", que é o programa de fundação da 4a Internacional Comunista. Stalin, porém, considerava a militância de Trotsky uma ameaça real a sua hegemonia sob o movimento comunista internacional. Assim, infiltrou um agente seu na residência mexicana de Trotsky, Ramón Mercader, que o matou a golpes de picareta em 1940. Mercader jamais assumiu ter agido a mando de Stalin.

Josef Vissarionovitch Stalin

            “Josef Vissarionovitch Stalin” (1879 – 1953) após a morte de Lênin, Stalin assume o poder. Segundo o LIVRO NEGRO DO COMUNISMO (COURTOIS, Stéphane; WERTH, Nicolas; PANNÉ, Jean-Louis; PACZKOWSKI, Andrzej; BARTOSEK, Karel; MARGOLIN, Jean-Louis, 1999) os mesmos métodos utilizados por Lênin, são sistematizados por Stalin, que é considerado por muitos historiadores como o mais engenhoso, o mais esperto de todos os bolcheviques, prevendo seus golpes com anos de antecedência, conhecia a vida das prisões, beneficiava-se de uma memória fantástica e assimilava os textos de maneira quase fotográfica.
           Nos últimos anos da Rússia czarista, entre 1905 e 1917, foi membro do partido bolchevista. Lênin o havia escolhido para ingressar no Comitê Central dos Bolchevistas, em 1912. Escreveu, nesse período, "O Marxismo e a Questão da Nacionalidade". Após a Revolução Russa, voltou para São Petersburgo, onde escreveu artigos para o jornal Pravda. Entre 1919 e 1922, foi Comissário do Controle do Estado e, em 1922, tornou-se Secretário Geral do Partido, após a morte de Lênin em 1924 inicia uma era de hegemonia política, o novo ditador russo instaurou um regime de terror total.
           Stalin acabou com as liberdades individuais, criou um aparato estatal policial e militar de combate aos inimigos do regime, instituí punições que vão desde expurgos, trabalhos forçados em campos de concentração “gulags” que são construídos em várias partes do território russo, até assassinatos.
           Segundo o LIVRO NEGRO DO COMUNISMO (COURTOIS, Stéphane; WERTH, Nicolas; PANNÉ, Jean-Louis; PACZKOWSKI, Andrzej; BARTOSEK, Karel; MARGOLIN, Jean-Louis, 1999) o genocídio “da classe” se junta ao genocídio “da raça”: matar de fome uma criança kulak ucraniana deliberadamente coagida à indigência pelo regime stalinista, “vale” o matar de fome uma criança judia do gueto de Varsóvia coagida à indigência pelo regime nazista.
           Stalin foi um dos principais responsáveis por Holodomor, Holodomor (em ucraniano: Голодомор) é o nome atribuído à fome de carácter genocidário, que devastou principalmente o território da República Socialista Soviética da Ucrânia (integrada na URSS), durante os anos de 1932 - 1933. Este acontecimento — também conhecido por Grande Fome da Ucrânia — representou um dos mais trágicos capítulos da História da Ucrânia, devido ao enorme custo em vidas humanas. Apesar de esta fome ter igualmente afectado outras regiões da URSS, o termo Holodomor é aplicado especificamente aos factos ocorridos nos territórios com população de etnia ucraniana: a Ucrânia e a região de Kuban, no Cáucaso do Norte.  











           Josef Stalin assinou um pacto de não agressão com Adolf Hitler em 1939, dividindo a Polônia em duas partes, uma nazista e uma comunista. Em setembro de 1939 a Polônia foi derrotada, depois de ter sido invadida simultaneamente pelos nazistas, a Oeste, e pelos comunistas, a Leste. Os soviéticos ficaram com uma zona de ocupação de duzentos mil quilômetros quadrados. A partir da derrota da Polônia, os soviéticos massacraram nessa zona, sob as ordens escritas do infame ditador Stalin, vários milhares de oficiais poloneses prisioneiros de guerra - mais de 4 mil em Katyn (perto de Smolensk), local onde foi descoberto posteriormente pelas tropas alemãs que expulsaram os soviéticos e passaram a controlar a Polônia, os alemães encontraram também um dos mais famosos ossários, além de outros 21 mil em vários locais. Deve-se adicionar a essas vítimas cerca de 15 mil prisioneiros soldados comuns, provavelmente mortos por afogamento no Mar Branco, este fato histórico ficou conhecido como Massacre de Katyn.












            Sugestão Literária: O Massacre de Katyn, Sérgio Oliveira.
           
            O filme Katyn reproduz este fato histórico com grande fidelidade e mescla algumas filmagens originais feitas pelos alemães e soviéticos.


           A NKVD, polícia comunista treinou a Gestapo, polícia nazista, Moscou recebe a visita de nazistas interessados em plantas de campos de concentração soviéticos, o stalinismo manteve estreitas relações com o nazismo. 
            No entanto, a megalomania de Hitler e sua jornada contra o bolchevismo, levaram o a invadir a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, tropas nazistas invadem o território de Stalin. Stalin alia-se ao Reino Unido, França e Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e juntamente com os Aliados, esmaga os nazistas e a Alemanha de Hitler. Em 1945, houve o famoso encontro de Postdam, próximo a Berlim, onde Harry Truman, Winston Churchill e Josef Stalin traçaram os rumos da nova geopolítica mundial. 
Imagem: COURTOIS, Stéphane; WERTH, Nicolas; PANNÉ, Jean-Louis; PACZKOWSKI, Andrzej; BARTOSEK, Karel; MARGOLIN, Jean-Louis. O Livro Negro do Comunismo: Crimes, Terror e Repressão. Adaptado. Bertrand Brasil, 1999.

Imagem: exposição "Hitler e os alemães"

            Stalin e o Massacre de Malbork. A macabra descoberta feita na cidade polaca de Malbork de mais de 1.800 corpos, incluindo corpos de mulheres e de crianças. No final da Segunda Guerra Mundial esta cidade era território alemão e o massacre foi cometido por tropas soviéticas à mando do ínfame ditador Stalin, quando entravam no território da Prússia Oriental, vindas da Polónia em 1945. Alguns crâneos revelam sinais de balas e, logo, de execuções sumárias, sendo alguns destes crâneos pertencentes a mulheres e crianças. Havia de facto indicação do desaparecimento de milhares de civis alemães nessa região, em 1945, quando perante o avanço das forças soviéticas, o governo alemão ordenou a evacuação da cidade. Alguns civis recusaram fazê-lo, e pertencerão a estes os corpos agora encontrados. 
            Não sobreviveu ninguém para contar a história, como sucedeu com os afundamentos dos navios Wilhelm Gustloff, General Steuben e Goya que também em 1945 foram afundados por seis submarinos soviéticos, naquele que foi o maior desastre naval da História com um total de 25 mil mortos (não, não foi o Titanic, com os seus 1500 mortos). 
            A macabra descoberta expõe uma faceta relativamente desconhecida da Segunda Guerra Mundial: os massacres que as forças soviéticas realizaram sobre civis alemães nos últimos meses de guerra. Massacres que não foram nunca descritos nos livros de História, que não mereceram qualquer referência nos julgamentos de Nuremberg e que – sem exceção – sairam injustiçados. É possível compreender a raiva e o espírito de vingança de alguns soviéticos depois de todos os excessos  e crimes cometidos pelas SS na Rússia, mas tal escala e e a impunidade absoluta dos mesmos indica uma aprovação ou mesmo uma orientação a partir do centro, de Moscovo.



            No dia 16/03/1984, Lord Hartley Shawcross, que fez as orações de abertura e do encerramento do Tribunal de Nuremberg, e que foi o chefe da delegação britânica na parte das acusações contra os nazistas, levados à forca, declarou o seguinte, numa conferência na cidade de Stourbridge:
"Nos julgamentos de Nuremberg condenamos a agressão e o terror nazista. Acredito agora (após 38 anos) que Hitler e o povo alemão não queriam a guerra, mas nós declaramos guerra contra a Alemanha decididos a destruí-la, de acordo com nosso princípio de equilíbrio de poder e fomos encorajados pelos americanos ao redor de Roosevelt. Ignoramos o apelo de Hitler para não entrar em guerra. Agora somos forçados a reconhecer que Hitler estava certo! Ele nos ofereceu a cooperação da Alemanha, ao invés disso estamos desde 1945 enfrentando o imenso poder da União Soviética".
Tentativas de paz de 1939 a 1941
Imagem: ALLEN, Martin. A Missão Secreta de Rudolf Hess: O estranho vôo do vice de Hitler e o segredo mais bem guardado da espionagem britânica. Record, 2007.
            No pós-guerra, Stalin estabeleceu a hegemonia soviética na Europa do Leste, com o domínio da República Democrática Alemã, a Tchecoslováquia e a Romênia, elevando o bloco soviético à condição de superpotência, tempos de ‘Guerra Fria’, Josef Stalin morreu em 1953.