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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Lev Davidovich Bronstein

          “Lev Davidovich Bronstein” (1879 – 1940) considerado por muitos historiadores como uma das figuras revolucionárias mais importantes do século XX, suas ideias serão responsáveis pelo surgimento de uma corrente política denominada “trotskysmo”.
           No desenrolar de sua vida assumiria o nome de guerra de Leon Trotsky, foi preso pela primeira vez aos 18 anos, por seu envolvimento com grupos revolucionários. Passou dois anos em diversas cadeias czaristas. Em 1900 casou-se com Alexandra Lvovna Sokolovska e foi deportado para a Sibéria. Dois anos depois fugiu e viajou para Londres, onde entrou em contato com Lênin e outros exilados russos.
           No mesmo ano conheceu Natalya Sedova, que se tornou sua companheira. Em 1905 retorna a Rússia por ocasião de levante de operários de São Petersburgo e é preso novamente.

Foto de 1906, Trotsky preso na fortaleza de Pedro e Paulo.
Imagem: FIGES, Orlando. A Tragédia de um Povo, A Revolução Russa – 1891 – 1924. p. 481. Adaptado. Record, 1999.

          Passou por diversos países, chegando finalmente aos Estados Unidos. Ali recebeu a notícia da Revolução de Fevereiro de 1917, a Revolução Liberal Burguesa ou Revolução Branca, que depôs o czar e instalou um governo provisório na Rússia, voltou a seu país, mas antes ficou detido por algum tempo no Canadá. Quando chegou a Rússia, assumiu um papel ativo na organização de trabalhadores e soldados, junto com Lênin teve participação direta na Revolução Russa.
           De 1918 a 1921, Trotsky exerceu o cargo de Comissário do Povo para a Guerra, numa Rússia em guerra civil e esfomeada, ao contrário do que gostam de admitir seus admiradores, Trotsky foi um militar disciplinador, que não hesitava em usar a violência contra inimigos ou supostos adversários. 
          “Trotsky sonhava com toda a população russa mobilizada em regimentos de trabalho, os quais funcionariam como integrantes de milícias ou tropas permanentes” (FIGES, 1999, p. 891). A militarização se deu primeiro na indústria pesada, fábricas consideradas estratégicas pelo regime bolchevique, foram postas sob lei marcial, com disciplina militar nos pátios de produção.
          Os trabalhadores recebiam a mesma ração distribuída ao Exército Vermelho e funcionários faltosos eram fuzilados, posto serem ‘desertores da frente industrial’. “No fim do ano, três mil unidades, principalmente as de munição e de mineração, já haviam sido militarizadas. Enquanto os soldados faziam-se de proletários, estes agiam como soldados”(FIGES, 1999, p. 890).
           O Exército Vermelho era comandado por Leon Trotski que se revelou um brilhante estrategista militar, disciplinador rígido e líder das tropas. Na passagem dos anos vinte para vinte e um, todas as formações contra-revolucionárias haviam sido derrotadas e seus principais expoentes (Koltchak, Wagran, Denikin e Yudenich) exilaram-se no exterior. As forças expedicionárias aliadas foram obrigadas a retirar-se, tanto pela derrota dos Brancos, como pela pressão da opinião pública internacional. 
           Trotsky propugnava a expansão da revolução por outros países, enquanto Stálin formulava a doutrina do socialismo em um país único. Com a morte de Lênin, em 21 de janeiro de 1924, começou a corrida pela sucessão. No Comitê Central do Partido Bolchevique, iniciou-se o processo de calúnia e difamação de Trotsky promovido por Stalin e seus principais aliados de ocasião, Kamenev e Zinoviev. Em 1925 Trotsky foi proibido de falar em público e em 1929 foi banido da União Soviética. Ficou no exílio na Turquia até 1933, na França até 1935, e depois na Noruega até 1937.
           Finalmente, foi para o México, no dia 9 de janeiro de 1937. Nunca deixou de lado o ativismo político, propondo políticas revolucionárias que se opunham às desenvolvidas pelos partidos comunistas que gravitavam em torno da União Soviética em todo o mundo.
           Em 1938, escreveu o panfleto "Programa de Transição", que é o programa de fundação da 4a Internacional Comunista. Stalin, porém, considerava a militância de Trotsky uma ameaça real a sua hegemonia sob o movimento comunista internacional. Assim, infiltrou um agente seu na residência mexicana de Trotsky, Ramón Mercader, que o matou a golpes de picareta em 1940. Mercader jamais assumiu ter agido a mando de Stalin.

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